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sábado, 3 de agosto de 2013

Revolução Industrial (contexto)

                Podemos considerar a Revolução Industrial como um período de intenças transformações nas formas de produção e trabalho que se iniciará na Inglaterra e logo se expandirá para o resto da Europa. Esta grande mudança pela qual passou o processo produtivo de bens e de riqueza, além da sua nova forma de vinculo social, são frutos das mudanças tecnológicas, ideológicas, econômicas e política por que passa o mundo desde o início do século XVII.
                Com o movimento humanista do renascimento, depois com o Iluminismo, as concepções de mundo se alteraram muito em relação ao período Medieval, o centro das atenções humanas deixou de ser Deus para se focar no próprio homem. A concepção de ciência se transforma, no final do seculo XVI e início do XVII, as novas descobertas de Keppler e Torricelli na física irão dar um grande impulso à ciência pura, seguidos pelo sistema newtoniano. Neste momento o homem começa a tentar descobrir o mundo através da razão, dando um novo formato para a ciência que se desenvolveria apartir daí. Este pensamento científico, pautado  no saber do homem pela razão é a base pela qual os pensadores Iluministas irão fundar seus novos conceitos no século XVIII. Alguns autores consideram Descartes (início do XVII) e Newton (final do XVII e início do XVIII)  como precursores do Iluminismo, pela nova forma de sistematizar o mundo que estes dois filósofos irão inalgurar. Neste momento o pensamento científico, baseado na razão, começa a se desenvolver e proliferar na Europa, o pensamento laico das universidades começa mais e mais a formar a consciência dos homens que viviam nas cidades. Foram estas universidades, principalmente as de Oxford e Cambridg na inglaterra, que prepararam os novos pensadores que iriam desenvolver a ciência, a tecnologia, o pensamento político e social desta nova época.
                Porém, foi na França em que o pensamento político e social se desenvolve mais fortemente, num movimento cultural e ideológico chamado de Iluminismo. Neste período grandes pensadores lançaram as bases de uma nova forma de pensar o mundo, que contrastava com o mundo vivido no período moderno. Estes filósofos foram os grandes responsáveis pelas ideologias que se desenvolveram no período contemporâneo, a democracia liberal, a tripartição do poder, a liberdade de pensar, o liberalismo econômico, e que hoje somos herdeiros. Os maiores filósofos do Iluminismo foram :  Jonh Locke, Barão de Montesquieu, Voltaire e Jean-Jacques Rousseau; entre os economistas do Iluminismo: Quesnay, Turgot e Gournay(fisiocratas) e Adam Smith; os enciclopedistas: d´Alembert e Diderot; na música destacam-se Vivaldi, Bach e Mozart.
                No plano material acorrem, neste período, uma série de fatores que irá possibilitar as transformações ocorridas na Revolução Industrial. Este desenvolvimento industrial que ocorreu na Inglaterra, só foi possível devido às pré-condições materiais, como a acumulação primitiva de Capital, a mão-de-obra disponivel e barata, e , ainda, um vasto mercado consumidor. A acumulação primitiva de Capital foi a disponibilidade de dinheiro para serem aplicados dentro da Inglaterra, gerados pelos grandes lucros do comércio inglês e sua colônias de além-mar, que fez com que os comerciantes pudessem gerar divisas para poderem ser aplicados na produção. A disponibilidade de mão-de-obra foi possivel devido ao processo de cercamento dos campos, que foram revertido em pastagem para a criação de ovelhas, o que fez com muitas pessoas abandonassem a vida no campos e fossem morar nas cidades. O desenvolvimento de técnicas agrícolas elevou a produção de alimentos que passaram a ser mais baratos, o que diminuia também o custo da manutenção da mão-de-obra e seu salário. Além disso, a Inglaterra possuia um vasto território de influência na África e Ásia, além de outras na América, o que conferia a esta nação um vasto mercado consumidor. Os próprios países europeus eram, em alguns casos, de produtos manufaturados da Inglaterra.
                Assim, as relações sociais foram se ajustando sobre a lógica do capitalismo, os trabalhadores assalariados vendem sua mão-de-obra para o burguês, dono dos meios de produção, que revende este produto gerando mais Capital. A formação do trabalhador é fácil, pois este começa a se especializar em uma parte da produção, o que lhe confere um aprendizado cada vez mais simplificado e pode ser substituido rapidamente por outro. Os operários trabalham cerca de 12 horas por dia em ambientes fechados e em péssimas condições, ganham o suficiente para sua sobrevivência. Este mesmo quadro vai se repetir também na Holanda e na França, onde estas novas classes, trabalhadores e burgueses, vão revolucionar as estruturas sociais do Antigo Regime absolutista, em 1789. Assim, a organização racional da produção (divisão do trabalho), com o acréscimo de tecnologias (teares hidráulicos e movidos à vapor, maquinas de fiar, altofornos para fundição do ferro em grande escala), novas fontes de energia (energia à vapor e o carvão), disponibilidade de bens materiais e de trabalhadores, possibilitaram uma instensa transformação na sociedade, a revolução industrial inalgura uma nova forma de organizar a sociedade, e o desenvolvimento do capitalismo. 

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